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    Gate.io Blog Um resumo da ordem de Joe Biden sobre as criptomoedas

    Um resumo da ordem de Joe Biden sobre as criptomoedas

    01 January 08:00


    PONTOS-CHAVE:


    Principais objetivos da ordem executiva sobre criptoativos

    - Proteger consumidores, investidores e empresas.
    - Reforçar o papel dos Estados Unidos como um líder no sistema financeiro global e na área de desenvolvimento tecnológico.

    Coordenação entre agências governamentais
    A ordem estabelece reuniões frequentes entre as agências, com a participação de diversos escalões no governo, como os Secretários de Estado, Defesa e Tesouro. No entanto, ela não inclui, oficialmente, os membros da Comissão Federal do Comércio, Comissão de Negociação de Futuros de Commodities e os membros da Comissão de Valores Mobiliários, que até agora lideraram a discussão sobre os regulamentos sobre criptomoedas.

    A criação do dólar digital
    A ordem executiva sobre criptoativos determina que a pesquisa de uma CBDC americana seja “de maior urgência”, buscando o mesmo padrão de proteção ao consumidor, segurança e pesquisa, que foi estabelecido anteriormente no documento, para as criptomoedas em geral. Após a emissão da ordem, dentro de 210 dias, a Casa Branca terá que receber uma proposta oficial sobre a criação do dólar digital, e ela deverá ser assinada pelo procurador-geral, sob a orientação do secretário do Tesouro e do presidente da Reserva Federal dos EUA.


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    No dia 9 de março de 2022, o presidente incumbente dos EUA, Joe Biden, assinou a esperadíssima ordem executiva sobre criptoativos. O documento, que possui o título de “Ordem Executiva para a Garantia do Desenvolvimento Responsável de Ativos Digitais”, pairou na cabeça dos investidores por meses, porque trazia preocupações de que levaria a uma perspectiva negativa sobre ativos digitais. No entanto, surpreendentemente, a ordem executiva foi vista como positiva e aborda alguns assuntos importantes de riscos e regulamentações de criptomoedas nos Estados Unidos.

    O documento, que possui aproximadamente 20 páginas, vem com vários destaques a serem considerados, quando se trata do desenvolvimento e adoção no futuro das criptomoedas nos Estados Unidos.

    Levando isso em consideração, este artigo traz um resumo dos principais tópicos abordados na ordem executiva sobre criptoativos de Joe Biden.

    OBJETIVOS PRINCIPAIS

    Para deixar os interesses mais simplificados, a ordem executiva sobre criptoativos contém uma seção que detalha os objetivos dos Estados Unidos para ativos digitais em longo prazo. Os principais são:

    Proteção aos consumidores, investidores e empresas
    A ordem identifica o mundo dos criptoativos como um espaço inovador, mas sem a proteção necessária ao consumidor, incluindo as corretoras de criptomoedas que operam no país, mas que a Casa Branca classifica que não sejam adequadas quanto ao nível de proteção dos investimentos. Os EUA devem, portanto, garantir que as medidas de segurança sejam adequadas e estejam em ordem, enquanto promovem o desenvolvimento seguro da tecnologia. Isso inclui proteger a estabilidade financeira global, mitigar os riscos contra a segurança nacional, ao mesmo tempo que promove o usufruto de serviços seguros e acessíveis.

    Reforçar o papel dos Estados Unidos como um líder no sistema financeiro global e na área de desenvolvimento tecnológico
    Assim como outras diretrizes de tecnologia, os EUA buscam a competitividade geral e que, garantidamente, o país esteja no topo da cadeia de inovação. Na ordem assinada, destaca-se que as principais áreas, que garantem a concorrência e inovação, estão nos sistemas de pagamento que trabalham com as criptomoedas, no projeto de ativos digitais (indicando o suposto dólar digital) e na interoperabilidade entre diferentes plataformas e arquiteturas mais antigas dos sistemas.

    COORDENAÇÃO ENTRE DIFERENTES AGÊNCIAS GOVERNAMENTAIS

    Nos últimos dois anos, se você vem acompanhando as notícias sobre a regulamentação de criptomoedas nos EUA, deve ter percebido que existe um intenso debate dentro do país, uma discussão sobre quais agências devem ser responsáveis por cada regulamentação dessas moedas. Seja a Comissão de Valores Mobiliários, Departamento do Tesouro, Departamento de Segurança Interna, Comissão Federal de Comércio (FTC), FBI e muito mais, o debate mais frequente era sobre quem deveria ficar com cada responsabilidade, em vez das propostas atuais.


    É a parte que a ordem executiva tenta resolver. Ela determina que haverá reuniões frequentes entre as agências para tratar do assunto, e elas deverão contar com: o Secretário de Estado, o Secretário da Fazenda, o Secretário de Defesa, o Procurador-Geral, o Secretário de Comércio, o Secretário do Trabalho, o Secretário de Energia, o Secretário de Segurança Interna, o Administrador da Agência de Proteção Ambiental, o Diretor do Escritório de Gestão e Orçamento, o Diretor de Inteligência Nacional, o Diretor do Conselho de Política Interna, o Presidente do Conselho de Assessores Econômicos, o Diretor do Escritório de Política Científica e Tecnológica, o Administrador do Escritório de Informações e Assuntos Regulatórios, o Diretor da Fundação Nacional da Ciência e o Administrador da Agência para o Desenvolvimento Internacional.


    Parece que são muitas pessoas e que são de setores bastante diferentes, não é? É porque são mesmo, e isso coloca em questão se tal estratégia é eficiente para trabalhar a questão dos órgãos responsáveis. Especialmente porque as principais agências, que lideravam antes dessa ordem executiva, como a SEC e a FTC, não foram, inclusive, incluídas na lista oficial de membros da reunião. Foram simplesmente citadas como representantes de outros departamentos que “podem ser convidados” a participar. Pode ser apenas um palpite, mas parece que essa “coordenação” levará muito tempo para se tornar efetiva.

    A CRIAÇÃO DO DÓLAR DIGITAL

    É surpreendente, mas este ponto é a seção mais longa da ordem executiva, o que pegou todos de surpresa, uma vez que o documento se concentra num tópico de longa duração na comunidade cripto: os EUA estão buscando criar uma Moeda Digital com um Banco Central Digital próprio?

    Bem, agora todos nós temos a resposta: definitivamente, é um sim. No entanto, antes de executá-lo, a Casa Branca quer garantir que seus objetivos com o dólar digital estejam bem alinhados.

    Classificando o desenvolvimento da moeda e sua pesquisa com “alta prioridade”, a Casa Branca busca os mesmos padrões de pesquisa para o CBDC que as diretivas de criptografia para o futuro: promover estabilidade financeira e uso livre de riscos, proteger os utilizadores e consumidores, proteger a privacidade, tudo isso enquanto lidera a área de desenvolvimento tecnológico.


    Olhando a parte tecnológica, a ordem executiva menciona que uma CBDC que permite transações rápidas e com taxas baixas seria o resultado ideal, aliada à interoperabilidade com CBDCs emitidas por outros países. No entanto, antes de avançar com qualquer desenvolvimento, é essencial pesquisar se os potenciais riscos, incluindo as violações de segurança, não superam os aspectos positivos desse projeto. Pela urgência da pesquisa sobre um dólar digital, é altamente esperado que receberemos mais atualizações sobre ele ainda em 2022.


    O processo de criação da CBDC

    Segmentado em doze seções diferentes, o documento fornece grandes detalhes sobre o possível curso de criação do dólar digital, desde a idealização, passando pelos primeiros relatórios, até a concepção, tudo com tarefas que envolvem todos os diferentes departamentos mencionados na ordem.

    Em poucas palavras, o processo irá proceder assim:
    1. Dentro de 180 dias da ordem, o Secretário do Tesouro deverá apresentar um relatório à Casa Branca que detalha as implicações de uma CBDC na segurança, inclusão financeira, democracia e interesses mundiais dos Estados Unidos.
    2. Enquanto isso, o presidente da Reserva Federal é incentivado a enviar um relatório semelhante, detalhando como o dólar digital, talvez, melhore a eficiência e a segurança das transações financeiras no país.
    3. No prazo de 180 dias a contar do despacho, o Procurador-Geral deve, por meio de consultas ao Presidente da Reserva Federal e ao Secretário do Tesouro, prestar uma avaliação ao Presidente sobre a necessidade de alterações legislativas no país para a criação de um CBDC, além de quais delas. O Procurador-Geral também deverá fornecer sua opinião se a criação do dólar for um artigo a ser buscado.
    4. Finalmente, no prazo de 210 dias a contar da ordem, o Procurador-Geral deverá apresentar uma proposta regulatória para os novos processos necessários para início da criação do dólar digital.

    Autor: Gate.io. Pesquisador: Victor Bastos. Tradutor em português brasileiro: João G.
    Aviso Legal:
    * Este artigo representa apenas os pontos de vista do pesquisador e não é nenhuma sugestão de
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